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sábado, 3 de agosto de 2013

AS IDEOLOGIAS DO SÉCULO XIX

2º Ano – 3º Bimestre/2013

Aula 2 –  As doutrinas sociais do século XIX 
 

O Liberalismo 

É comum confundirmos, simplesmente, “Liberalismo” à palavra “Liberdade”; contudo, a despeito da pertinência da óbvia relação entre estes dois termos, não é tão simples assim. Enquanto vocábulo, meramente, “Liberalismo” deriva de “Liberdade”; porém, enquanto conteúdo semântico, provém de certo tipo de liberdade.
Nas principais potências da Europa Ocidental do séc. XVIII, último século da Época Moderna (a época era “Moderna”, mas a sociedade era “Antiga” – ver o que foi “A Sociedade do Antigo Regime” na Europa Ocidental durante a Época Moderna; suas principais características, dentre outras coisas, o Absolutismo, o Mercantilismo e o Colonialismo), forças sociais levantam-se politicamente contra a cultura e a tradição do período de não se ter “liberdades” de um modo geral. O sistema político e econômico estava nas mãos da nobreza, a classe aristocrática, e seu representante, em cada país, era a monarquia absolutista; isto é, um rei com poderes absolutos (não existia democracia etc.) garantia os privilégios de sua classe social, exatamente a nobreza.
Na primeira metade do séc. XVIII, notadamente em França e Inglaterra, surgem novos pensadores que propõem uma filosofia revolucionária para o período: O Iluminismo. Baseado, em síntese, em valores como Razão e Liberdade, procurava-se denunciar os entraves que impediam de fato que o período fosse “moderno”, mantendo-o preso a valores “antigos” (muitos, inclusive, resíduos medievais).
Resultado também do desenvolvimento das forças econômicas da Europa daquele contexto, podemos dizer que a filosofia iluminista, como origem, relacionava-se intimamente à classe burguesa, ascendente econômica e socialmente falando; porém, sem traduzir esta ascendência em poder político. Em resumo, procurando alcançar o poder político, como forma, até mesmo, de aumentar seus lucros, pensadores políticos relacionados, de alguma maneira, à burguesia, e dentro dos parâmetros iluministas, desenvolvem um conjunto de ideais (econômicas, sociais, políticas e culturais) que passam a nortear os planos e as ações da burguesia na sua luta contra a nobreza pelo poder; estamos falando de uma ideologia que nasce a partir da “Filosofia das Luzes”: O Liberalismo.   
Pensar e agir. Se na primeira metade do séc. XVIII, surgem o Iluminismo e o Liberalismo (filosofia e ideologia política relacionados aos interesses burgueses e seus sistema socioeconômico, ou seja, o capitalismo), como uma espécie de plano, na segunda metade do mesmo século, vem a ação. As chamadas revoluções burguesas (a 1ª Revolução Inglesa, a Independência dos EUA e a Revolução Francesa), inspiradas nas ideias iluministas, aos poucos foram substituindo a nobreza no comando dos Estados nacionais e no seu lugar colocando a burguesia; ou seja, o Absolutismo e o Mercantilismo foram sendo substituídos pelo Liberalismo – político ("a democracia burguesa") e econômico (a não intervenção do Estado na economia). (Então, em relação à primeira afirmação deste texto, a Liberdade do Liberalismo está vinculada a liberdade da burguesia, de estar no poder político e aumentar seus ganhos econômicos, contra quaisquer forças sociais e políticas que lhe venha a se opor – sejam essas forças ligadas às classes mais aristocráticas ou populares).
Se no final da Época Moderna o Liberalismo apresentava-se ao Ocidente como revolucionário; no séc. XIX, no início da Época Contemporânea, com a burguesia no poder e o capitalismo como sistema socioeconômico hegemônico, essa ideologia torna-se conservadora. Desenvolve-se, como expressão deste poder, desta hegemonia deste e conservadorismo, um sistema político baseado em uma interpretação liberal da Democracia, “a democracia representativa” (indireta e, portanto, muito diferente da Democracia direta criada na cidade de Atenas na Antiguidade, que era direta), que passa a organizar a maioria dos países.
Não obstante a circunstância da “Democracia Liberal”, de certa maneira, “descender” da “Democracia Ateniense”, ela, a “Democracia Liberal”, em verdade, não tinha nada de democrático. Um modelo de gerenciamento do Estado baseado em uma política de formato liberal (caracterizado por “voto”, “parlamento” e “constituição”), mas sem um verdadeiro conteúdo democrático. O séc. XIX foi marcado por um tipo de política em que as classes populares estiveram completamente afastadas de qualquer vínculo com as decisões do Estado, e por isso ficavam a mercê de uma situação econômica muito desfavorável. Era necessário que novas forças sociais surgissem, propondo novas ideologias revolucionárias, que orientassem também novas propostas para a política e, assim, se processar alterações significativas nas relações econômicas. Mas isso fica para a próxima aula.

Obs.: Lembrar que o Liberalismo, enquanto ideologia dominante, burguesa e capitalista, tem como opositores outras ideologias do século XIX, que em conjunto chamamos de Socialismo - "Os Socialismos Utópicos" (em um contexto filosófico e literário do Romantismo do início do séc. XIX), O Anarquismo e O Marxismo (de Karl Marx e Engels), também conhecido como Marxismo ou Comunismo.
Poderíamos, ainda, sobre as ideologias do século XIX, falarmos sobre o Nacionalismo (tente pesquisar).  

Vídeo 1 - As Ideologias Políticas mais importantes do Séc. XIX, incluindo o Liberalismo:


Vídeo 2 - O Liberalismo visto de uma maneira um pouco, digamos, "Divertida"



Vídeo 3 - Um pequeno vídeo sobre Filosofia Política ilustrando rapidamente algumas ideias acerca do Liberalismo Político: 



Vídeo 4 - Um Histórico sobre o pensamento Político Liberal:


Vídeo 5 - Uma Crítica (inspirada no Socialismo) ao Liberalismo e um "Link" entre o Liberalismo, dos séculos XVIII e XIX, e o Neoliberalismo, do XX e XXI:



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